"Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor." (1 Jo 4.8)
Nossa enquete do mês de novembro perguntou de que o jovem mais sente falta na igreja. E, dentre várias opções de resposta também relevantes, a escolhida foi "acolhimento real". Por que será?
Toda pessoa tem necessidade de ser amada, ouvida, aceita. E isso inclui eu e você. Desde crianças queremos colo, disputamos a atenção dos adultos, exageramos na dor que sentimos pois queremos cuidado, esperamos que a nova turma no colégio nos aceite do jeito que somos. E cada um é de um jeito: uns mais magros, outros mais gordinhos; tem ruiva, morena, loira, pink; uns são brancos, outros negros, tem mestiço e até amarelo (kon-nichiwa!); uns gostam de Luan Santana, outros de Claudia Leitte, muitos de Aline Barros (uhuuu), alguns de Paralamas e outros de Restart (aqueles da tinta Suvinil). E devemos respeitar as diferenças, concordemos ou não com o outro. Afinal de contas, o amor sempre deve falar mais alto.
O que é acolher? Alguns significados que encontrei no Google incluem: amparar, proteger, abrigar, agasalhar. Sim, agasalhar. E agasalhar significa proteger do frio. Então a igreja só deve acolher as pessoas quando estiver fazendo muito frio na rua? Na verdade, o mundo é frio. O mundo "sobrevive" com pouco afeto, pouco contato, com muita discriminação e muitas disputas. As pessoas tem medo do olho no olho, não confiam mais nas outras. Tem medo de mostrarem quem são, de confessarem suas lutas, de se entregarem num relacionamento. E tudo porque um dia alguém as rejeitou, discriminou, julgou, maltratou. E isso aumenta a cada dia, como num efeito cascata, porque reproduzimos essa frieza sem nos darmos conta. Faz frio não só lá fora, mas muitas vezes dentro de nossas igrejas.
O jovem com suas crises naturais já tem uma necessidade enorme de aceitação. Esse é um dos motivos por que só andam em grupos e fazem questão de ser os mais populares. E, nos últimos tempos, em que vemos cada vez menos famílias sadias, essa necessidade de acolhimento aumentou. Quem a suprirá então? As drogas? O sexo? Uma religiosidade de um deus distante? Eu creio que o Deus que eu sirvo não é distante. Mas hoje os braços dele somos nós.
Sim, a igreja deve fazer o que Jesus faria. Acolher, amar, abraçar literalmente. Ouvir mais, falar menos. Acolher o diferente, sem qualquer tipo de diferenciação. Amar da mesma forma o rico, o pobre, o homossexual, o jogador de futebol, a prostituta, o filho do pastor, o político, o dependente químico, a cantora Cassiane e um ex-detento. Devemos ouví-los. Devemos nos sentir tão carentes da graça de Deus como qualquer um deles. Devemos respeitar suas dores, seus motivos, suas peculiaridades. Se Deus precisa mudar algo em cada um, Ele o fará oportunamente. E a igreja será importante nesse processo. Mas nosso papel primário não é mudar a conduta de ninguém, não é adequá-la aos nossos caprichos, não é formatar ninguém segundo um padrão para que possa ser aceita! Nosso papel principal é amar! Amar de verdade. O resto virá naturalmente, espaços no coração da pessoa se abrirão no tempo certo para a ação do Espírito Santo, um discipulado maduro e prático (outra opção bem votada na enquete) poderá ser iniciado. Mas o amor vem primeiro.
Pode parecer que isto só é válido para jovens que estão chegando agora na igreja, com quem devemos ser mais tolerantes e compreensivos. Muitas vezes pensamos assim. E depois de um tempo na igreja esses jovens não são mais ouvidos, os julgamentos são implacáveis, não são aceitos na sua individualidade. E outros simplesmente adotam a postura farisaica que aprenderam: se julgam superiores, só sabem apontar o dedo e se fecham em panelinhas. Geralmente na sua privacidade são os piores. Agora, tenho uma palavra para os que estão desiludidos, se sentindo rejeitados, achando que na igreja só encontrarão pessoas deste tipo: muitos não são assim. Eu não sou assim. E você não precisa ser.
Você é amado de Deus. Você é muito importante pra Ele! Desde antes da fundação do mundo, Ele te escolheu, te amou, sonhou contigo. Não importa se pessoas da sua família, se amigos e até pessoas que se dizem irmãos em Cristo agiram de forma errada contigo. O próprio Cristo te chama a abrir a porta do seu coração para um relacionamento de amor e intimidade: "se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo" (Ap 3.20b). Não importa se você já está há muito tempo na igreja, este convite é para você também! Jesus deseja nos acolher, se relacionar com a gente!
Mas preciso dizer: nossa espiritualidade não é tão sobrenatural a ponto de não precisarmos uns dos outros. "Eu preciso de você, você precisa de mim, nós precisamos de Cristo", não é assim que a música fala? Peça a Deus que te mostre na Sua igreja pessoas que compreendam o significado da palavra acolhimento e pratiquem isto. Sem cair no erro que outros cometem, seja misericordioso com os que ainda não aprenderam a benção que é acolher. E acolha você, faça a diferença na sua comunidade, faça do acolhimento um estilo de vida! Quando acolhemos, crescemos como pessoas e brilhamos a luz de Cristo no mundo! E lembre-se sempre do que o apóstolo Paulo disse: "há maior felicidade em dar do que em receber".
Obs: Em breve nova enquete no blog! Aguardem!
O acolhimento faz muita falta na igreja, as vezes a forma como tratamos alguém, fará com q ela volte ou não para nos visitar. Sinto q isso ocorre principalmente no meio dos jovens, temos q ser amados qd entramos na casa do Pai. Todos deveriam ler essa postagem é maravilhosa. Adorei!
ResponderExcluirÉ verdade, Paty. O acolhimento, a aceitação estão entre as maiores necessidades do homem. Que cada tome para si essa responsabilidade com o outro e o faça com amor verdadeiro. Mais do que cumprir protocolos, está na hora de amarmos como Jesus nos ensinou. Beijos, querida!
ResponderExcluirO abraço é extremamente terapêutico, por isso um aconchego não só é recomendável, mas, necessário. Quando abraçamos uma pessoa,esta libera um hormônio que neutraliza outros dois hormônios ligados ao stress que são, a norepinefrina e o cortizol, além de reduzir a pressão arterial e diminuir o rítimo cardíaco levando-o a níveis consideráveis. Por isso abrace... Abrace... Abrace!
ResponderExcluirGostei do olhar científico! Muito bom!!!
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