Vida em Construção



Desafio do Seminarista
23/07/11

“No sétimo dia Deus já havia concluído a obra que realizara, e nesse dia descansou.” (Gênesis 2.2)

Mas eu não. Neste sétimo dia do “Desafio do Seminarista” eu nem descansei e nem concluí a obra que foi iniciada. Sou humano, falho; não tenho condições de terminar algo que Deus iniciou. Posso colaborar, mas o mérito é todo Dele. Os recursos vêm Dele, a sabedoria vem Dele, a graça vem Dele! Glória a Deus! E eu sei que, assim como este mundo visível, Ele também há de completar a boa obra em minha vida, tanto em termos do viver em simplicidade como em tudo o mais!

E hoje realmente eu não descansei. Excepcionalmente, fui trabalhar num sábado atendendo à solicitação da minha chefe. A tranqüilidade deste dia favorece mutirões pra finalidades específicas. E, juntamente com ela e mais dois colegas, “batemos” cada estante do cartório em busca de três processos sumidos. O acervo total lá é de quase 9 mil. É quase como querer achar uma agulha no palheiro! Mas, com muito bom humor e cooperando uns com os outros, localizamos dois deles ao final. O que não foi encontrado deve ter sido “subtraído” por algum advogado mal intencionado no balcão. Contudo, sua restauração, na forma da lei, já está sendo providenciada.

A nossa vida se parece com a prática laboral que mencionei. Ao longo da caminhada percebemos que algumas coisas ficaram para trás, se perderam, já não são observadas, fazem falta. Não são qualquer coisa, mas “causas” de valor! Então precisamos nos sacrificar para buscá-las. Sim, empreender todos os esforços necessários, inclusive com a ajuda de outros, para que tenhamos de volta o que se perdeu. Pode ser a simplicidade na vida, amizades valiosas, a comunhão íntima com Deus, a comunicação com o cônjuge, o ministério no Corpo de Cristo, sonhos legítimos e inspirados por Deus, a santidade de vida. Se atendermos a este chamado e nos empenharmos em resgatar tudo isso, muito teremos de volta! Talvez algumas coisas demandem mais tempo para serem redescobertas. E outras não voltem mais. Mas até nestas, se nos submetermos à lei de Deus, veremos um agir restaurador da parte Dele. Poderão não ser iguais, mas serão novas.

O homem precisa resgatar a dimensão da simplicidade de vida. Precisa se desamarrar desse sistema; precisa perder pra ganhar, quebrar pra unir, chorar pra sorrir. Precisa se arrepender de seu orgulho, de sua independência individualista, de sua autonomia rebelde. Resgatar o fazer refeições junto da família (uma que seja ao dia), o repartir do seu pão com o faminto, o dividir as cargas uns dos outros. Precisa se desconectar às vezes pra se conectar intensamente ao mundo das pessoas ao seu redor. Precisa entender que ele não existe virtualmente, mas no mundo real de cores, sabores, cheiros e toques. E que viver conectado a este mundo é bem melhor!

O dinheiro, a fama e o sucesso não nos fazem felizes. Vide o exemplo de Amy Whinehouse que faleceu hoje. Uma jovem talentosa, conhecida por muitos, querida por tantos. Mas que arruinou consigo mesma. Foi se matando aos poucos, mesmo tendo tantos motivos pra viver. Talvez a única coisa que precisasse fosse de um Amor Verdadeiro transformador do seu amor por si própria. Só Deus poderia mudar o fim de sua história. Da mesma forma, Deus deseja lhe mostrar Seu amor hoje e transformar sua triste sina em uma jornada feliz. O menino que nasceu numa humilde manjedoura foi o mesmo que salvou o mundo. Percebe como Deus usa as coisas simples da vida para agir de forma tão tremenda? Ele pode estar usando este blog agora para falar com você!

À noite fui para a reunião de jovens de minha igreja, onde compartilhei a Palavra de Deus. A pedido dos líderes, o tema foi o mesmo do post “Pecar? Eu Nem Peco!”. Falei sobre pecado, motivações e relacionamento com Deus. Sobre perder pra ganhar, sem barganhas com Deus. Ao longo da mensagem realizei uma dinâmica de grupo que, certamente, ficará guardada na lembrança de todos. Foi muito legal mesmo! Fiz uma das coisas que mais gosto (pregar com palavras – embora sem elas seja melhor) junto de pessoas que amo demais (meus amigos). Ao final, cantamos parabéns para meu querido amigo Rodrigo Vieira, que completava mais um ano de vida. Comi o delicioso bolo preparado pela Milene e, valorizando aquele momento de amizade e festa entre amigos, confesso que comi alguns salgadinhos também. Hehehe.

Finalmente, você pode me perguntar o que eu aprendi depois dessa estranha experiência a que me submeti. Bem... Eu já escrevi muitas conclusões que tirei, mas pra resumir diria que: eu posso ser feliz e estar bem sem um monte de coisas de que me achava dependente. Não morri sem celular, me acostumei a tomar banho frio, não senti falta de TV, cantei mais na falta de MP3, me senti mais leve sem comer na rua; me senti mais livre, menos ansioso, mais conectado comigo. Falhei algumas vezes, como mencionei nos posts, mas considerando a extensão deste desafio específico e o seu propósito, considero que fui vitorioso, que venci minhas resistências ao desapego tecnológico principalmente. E refleti muito, ouvi muito a Deus, aprendi lições eternas. E tenho muito o que aprender ainda. Na verdade, na verdade, o meu sentimento é de que o desafio está apenas começando. Viver a essência da simplicidade num mundo como o nosso sempre será um desafio.

“Estou convencido de que Aquele que começou boa obra em vocês vai completá-la até o dia de Cristo Jesus.” (Filipenses 1.6)

Comentários

  1. Que bom saber que ainda existem pessoas que apreciam o simples,quero dizer, simples entre aspas,pois ,ajudar as pessoas,estar junto da família,dos amigos,é ...simplesmente maravilhoso.E quanto ás maravilhas tecnológicas não podemos esquecer que temos que usá-las ao nosso favor,e não sermos "usados" por elas. Um abraço, Fernanda Rocha

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  2. Obrigado, Jacqe e Fernanda! Sem dúvida as coisas mais simples são as mais belas! Beijos!!

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