Nossa última enquete perguntou sobre quantos já admitiram ter sido injustos numa determinada situação. Todos disseram já ter admitido (pelo menos pra si próprios), mas vamos concordar que não é fácil. E admitir o que eu escrevi acima é mais difícil ainda. Mas foi exatamente o que o profeta Isaías quis dizer quando escreveu: “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades como um vento nos arrebatam” (Isaías 64.6). “Trapo da imundícia” é exatamente o termo que designa os panos que serviam como absorvente íntimo para as mulheres em Israel. A declaração do profeta é forte, mas é verdadeira! E só nos constrange tanto porque alimentamos um sentimento oposto: de que somos boas pessoas que merecem ser recompensadas por nossa justiça! Que falácia! Se a nossa “justiça” fosse o que acreditamos, qual o sentido de Jesus morrer pra nos salvar? Deus não é esquizofrênico. Ele nos conhece muito bem. Por isso interviu. Mas não queremos graça. Queremos ser recompensados. Pobres de nós!
É exatamente quando assumimos nossa mediocridade e injustiça, nos derramando na presença de Deus, que Ele nos visita com cura e poder, transformando-nos segundo a imagem de Cristo, o Justo. E, se somos declarados justos por Ele, isso não tem nada a ver com nossos méritos, mas com a justiça de Jesus que nos foi imputada. Ela é o início da nossa justiça. O mesmo Espírito que nos proveu fé salvífica é o mesmo que nos santifica dia após dia. O mesmo Espírito que nos provou sermos injustos, gerando arrependimento em nosso coração, é Aquele nos faz praticar obras de justiça para a glória do Pai! Então o mérito é de quem? É Dele! Então pare de se orgulhar da sua justiça, caramba!
Deus age assim mesmo. Parece um paradoxo, mas há uma dialética aí. Só pode ser cheio quem se esvazia. Só pode ser justo quem se admite injusto. O reconhecimento de nossa incapacidade para salvar-nos todos os dias é que nos faz dependentes Dele. E quanto mais dependentes Dele, mais refletiremos Seu caráter justo. Quando nos achegamos à Palavra com humildade e reverência, vemos como num espelho nossas imperfeições. E aí podemos enxergar o tamanho da graça que nos alcançou: grande, imensa, sem limites. Pois a quem mais perdoou, mais O amou. E quem ama, obedece. Quem obedece a Deus, imita o caráter de Jesus. Quem imita Jesus, reflete Sua justiça na Terra.
Forte e verdadeiro. Não somos e nem podemos ser nada, senão através DELE.Quando somos fracos, aí é que somos fortes, na força do Senhor. Somos justificados e perdoados pelo que foi feito na Cruz. Só podemos ser porque ELE foi (É) primeiro. Deus abençõe!
ResponderExcluirRenata
Amém, Renata! É isso mesmo! Bjos!!!
ExcluirComo é prazeroso ouvir o bom e velho evangelho de Cristo! Soa como uma boa música que marcou a infância e nos devolve àqueles sentimentos e verdades da inocência!
ResponderExcluirBênção*)
Quem lindo o que escreveu! =)
ExcluirFico feliz que o texto tenha lhe edificado!
Bjos!!
Indicação de livro: O Evangelho Maltrapilho de Brennan Manning. Caso ainda não tenha lido, vai se deleitar na graça do Pai! rsrs :)
ExcluirA Paz*
Wow! De fato, como é difícil enxergar nossos erros? Sempre os cometemos quase nunca nos damos conta e quando isso acontece, eis a surpresa!Pensamos:"Como eu pude ter feito!?, como eu consegui fazer isso!?". Como é difícil dizer:" EU ERREI".
ResponderExcluir"Errar uma vez é humano, duas é burrice", mas quantas vezes nos "pegamos" cometendo os mesmos erros? Às vezes estes são errinhos bobos mas... que fazem toda diferença. Ex: Pegar mentira. Um erro, um pecado é capaz de mudar uma vida, é capaz de mudar o mundo.Hey, admitamos nossos pequenos erros com arrependimento sincero para mudar nossas vidas, para mudar nosso mundo, para Jesus habitar em corações mais limpos.
É verdade! Somos obstinados e rebeldes mesmo. Teimamos, insistimos nos nossos defeitos, não nos humilhamos na presença de Deus. Mas só esta atitude de rendição nos leva à libertação verdadeira. Não há vida espiritual sem arrependimento. Não há para onde crescer quando já nos vemos nas "alturas". Deus lhe abençoe!
ExcluirEu acho que enxergar nossos erros é fácil, alguams vezes até fácil demais. O que não temos costume é da palavra "perdão". Pedir desculpa e perdão por erros cometidos é o que nos falta. Acho que errar nós vamos a vida toda, o que nos falta é determinação para nos ajoelharmos e pedirmos um singelo "desculpa". Mas o que nos fortalece é Deus nos guiar e colocar em nossa mente sábias palavras e que nos dão direção.
ResponderExcluirBelo "post" meu amigo.
Abraços
Tem razão, querido Gabriel! Reconhecer os erros não é o suficiente, mas o início. O objetivo não é uma autodepreciação gratuita, reflexo de uma estima fragilizada, mas uma análise realista de quem somos. A partir daí podemos clamar por ajuda Daquele que perdoa pecados. A partir daí podemos ver o próximo como alguém tão carente de ajuda quanto nós. A partir daí nós tomamos a iniciativa de pedir perdão - não só a Deus, mas a quem tenhamos ofendido, prejudicado. O reconhecimento de nossa "injustiça" deve vir acompanhado de um arrependimento sincero. E este arrependimento, se for sincero mesmo e não apenas remorso, virá acompanhado de atitudes. Isso só é possível com a força e a direção que Deus nos dá, como bem disse. Ele não nos propõe uma vida de culpa e religiosidade que aprisiona, mas Ele nos guia por um caminho de graça e crescimento real. Enfim, me empolguei aqui mais uma vez! Repara não. Hehehe. Abraço forte, meu amigo!!
Excluir