"Certa vez, Diná, a filha que Lia dera a Jacó, saiu para conhecer as mulheres daquela terra. Siquém, filho de Hamor, o heveu, governador daquela região, viu-a, agarrou-a e a violentou. Três dias depois, quando ainda sofriam dores, dois filhos de Jacó, Simeão e Levi, irmãos de Diná, pegaram suas espadas e atacaram a cidade desprevenida, matando todos os homens. Mataram ao fio da espada Hamor e seu filho Siquém, tiraram Diná da casa de Siquém e partiram. Vieram então os outros filhos de Jacó e, passando pelos corpos, saquearam a cidade onde sua irmã tinha sido desonrada." (Gênesis 34.1-2, 25-27)
Um texto que dá margem a muitas discussões, porém gostaria de pontuar algumas coisas:
1. Jacó e seus filhos tinham razão para estarem irados com a atitude de Siquém em relação à sua filha/irmã Diná. Se ter relações sexuais sem compromisso já era algo reprovável, ter mediante violência, tomando para si a jovem, era abominável. Certamente tal atitude de Siquém atrairia retaliação para si.
2. Os filhos de Jacó resolveram então não só se vingarem de Siquém, tirando-lhe a vida, mas matarem todos os homens da cidade. E além disso saquearam toda a cidade também. Ou seja, foram genocidas. Seu pai Jacó, quando soube dessa atitude, os repreendeu severamente. Não que não amasse Diná ou não estivesse indignado com o estupro que esta sofreu, mas porque seus filhos tinham reagido de forma totalmente desproporcional - cruel para com muitos e, no fim das contas, prejudicial a si próprios também.
3. Para além dos evidentes problemas éticos de se matar pessoas inocentes, do caso em questão, fica a reflexão sobre o quanto nossas reações, sobretudo quando nos sentimos com a razão, podem ser desproporcionais e burras. O quanto podem nos levar a erros de danos irreparáveis. Quando temos razão - ou achamos que temos - podemos destruir o respeito arduamente construído entre pais e filhos por anos. Ou então a confiança entre grandes amigos. Ou ainda a admiração entre um casal. Pode nos fazer perder um emprego útil em tempos de recessão. Ou uma oportunidade de um momento só. Quantos males não são provocados por um orgulho ferido, por nossa impulsividade!
4. A solução não está em fingirmos que não fomos ofendidos, ou que não falharam gravemente contra nós e nossos queridos. A solução não está em simplesmente "deixar pra lá". Mas passa por justiça. Não a minha, não a sua, mas a justiça de Deus. Nem sempre o melhor é retribuirmos do nosso jeito, mas confiarmos a Deus a "vingança". Sabermos que Ele não deixa o mal impune. Ok, tem situações em que poderemos e deveremos nos posicionar firmemente, positivamente, assertivamente. Confiar na justiça de Deus não é uma decisão de passividade. Mas inclui você saber qual a sua parte em determinado momento e qual a Dele. Nem sempre o que lhe parece justo o é de fato. Pensar duas, três, sete vezes antes de reagir não é uma má ideia, muito menos uma atitude covarde, mas uma decisão sábia.
5. Vivemos numa sociedade de certa forma selvagem. De valores invertidos. De uma moral caída. Isso agride quem resiste à sua violência. Isso ofende quem foi criado sob valores do Reino. Ok. Mas, diante do nosso impulso de revidarmos na mesma moeda, ou até pior, precisamos parar e lembrar: eu preciso ser melhor do que aqueles a quem critico, do contrário me tornarei tão bárbaro quanto. Pode parecer cliché, mas é a mais pura verdade o que diz esse ditado popular: um erro não justifica outro. Não justifica nunca.
Um texto que dá margem a muitas discussões, porém gostaria de pontuar algumas coisas:
1. Jacó e seus filhos tinham razão para estarem irados com a atitude de Siquém em relação à sua filha/irmã Diná. Se ter relações sexuais sem compromisso já era algo reprovável, ter mediante violência, tomando para si a jovem, era abominável. Certamente tal atitude de Siquém atrairia retaliação para si.
2. Os filhos de Jacó resolveram então não só se vingarem de Siquém, tirando-lhe a vida, mas matarem todos os homens da cidade. E além disso saquearam toda a cidade também. Ou seja, foram genocidas. Seu pai Jacó, quando soube dessa atitude, os repreendeu severamente. Não que não amasse Diná ou não estivesse indignado com o estupro que esta sofreu, mas porque seus filhos tinham reagido de forma totalmente desproporcional - cruel para com muitos e, no fim das contas, prejudicial a si próprios também.
3. Para além dos evidentes problemas éticos de se matar pessoas inocentes, do caso em questão, fica a reflexão sobre o quanto nossas reações, sobretudo quando nos sentimos com a razão, podem ser desproporcionais e burras. O quanto podem nos levar a erros de danos irreparáveis. Quando temos razão - ou achamos que temos - podemos destruir o respeito arduamente construído entre pais e filhos por anos. Ou então a confiança entre grandes amigos. Ou ainda a admiração entre um casal. Pode nos fazer perder um emprego útil em tempos de recessão. Ou uma oportunidade de um momento só. Quantos males não são provocados por um orgulho ferido, por nossa impulsividade!
4. A solução não está em fingirmos que não fomos ofendidos, ou que não falharam gravemente contra nós e nossos queridos. A solução não está em simplesmente "deixar pra lá". Mas passa por justiça. Não a minha, não a sua, mas a justiça de Deus. Nem sempre o melhor é retribuirmos do nosso jeito, mas confiarmos a Deus a "vingança". Sabermos que Ele não deixa o mal impune. Ok, tem situações em que poderemos e deveremos nos posicionar firmemente, positivamente, assertivamente. Confiar na justiça de Deus não é uma decisão de passividade. Mas inclui você saber qual a sua parte em determinado momento e qual a Dele. Nem sempre o que lhe parece justo o é de fato. Pensar duas, três, sete vezes antes de reagir não é uma má ideia, muito menos uma atitude covarde, mas uma decisão sábia.
5. Vivemos numa sociedade de certa forma selvagem. De valores invertidos. De uma moral caída. Isso agride quem resiste à sua violência. Isso ofende quem foi criado sob valores do Reino. Ok. Mas, diante do nosso impulso de revidarmos na mesma moeda, ou até pior, precisamos parar e lembrar: eu preciso ser melhor do que aqueles a quem critico, do contrário me tornarei tão bárbaro quanto. Pode parecer cliché, mas é a mais pura verdade o que diz esse ditado popular: um erro não justifica outro. Não justifica nunca.
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