Para início de conversa, quero destacar que o princípio expresso pelo provérbio acima é muito maior do que a afirmação de que governantes "cristãos" são melhores do que os que não são. Digo isso por dois motivos: 1) nem todos que se acham/dizem cristãos realmente o são, na verdade muitos nunca conheceram Jesus; 2) a graça comum e os propósitos soberanos de Deus podem gerar o bem através de governantes que não conhecem a Deus.
Contudo, se considerarmos os sentidos literais desses vocábulos - os justos como realmente aqueles que buscam e praticam a justiça, e os ímpios como os que não têm afeição natural pelo próximo - podemos perceber como este provérbio diz uma verdade. É questão de lógica mesmo.
Quem tem um caráter de justo agirá com... justiça. Saberá governar com equidade e sabedoria. Procurará o bem comum e não seus interesses escusos. E, aplicando o sentido bíblico geral deste termo, saberá que, acima dele, está o Senhor que lhe pedirá contas de suas ações. Por isso o povo se alegra quando justos florescem: governam, assumem lugares estratégicos nas empresas e instituições, desempenham suas vocações no mundo com inteireza.
Por outro lado, ímpios são bárbaros por definição. Sem afeição natural pelo próximo, sem princípios melhores a nortearem suas ações e decisões, acabam por deixar-se levar por suas paixões questionáveis. Os interesses são escusos, e não nobres. E, no sentido bíblico geral para esse termo, a falta de temor a Deus pode comprometer o padrão ético e um bom juízo do governante, em última análise. E o povo "geme", claro, pois fugir dos padrões divinos é fugir do melhor para o homem. Em todo caso, fica valendo a ressalva do primeiro parágrafo.
Infelizmente, em se tratando da política brasileira, percebemos bancadas religiosas agindo pior do que outros grupos políticos. Corrompem-se explicitamente e sem peso na consciência, fazem vista grossa para pautas importantes, não estão interessados no povo - e, sim, no seu nicho eleitoral. Bem, este provérbio não se aplica a estes. Pelo menos não na sua primeira parte.
Continuemos, pois, em nossas casas, igrejas, condomínios, locais de trabalho, a refletir sobre este provérbio e sua abrangência. O que somos e como temos agido: como justos ou como ímpios? Temos critérios objetivos e maduros ao investir pessoas em posições de liderança ou nos apegamos apenas a rótulos e critérios como afinidade pessoal? Somos responsáveis ao escolher nossos líderes? Fica a reflexão!
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